Nos últimos anos tem sido percebido o aumento do número de estudantes que apresentam Transtornos de Aprendizagem, dentre esses a Dislexia. A Dislexia é percebida a partir da pré-escola, embora seja mais diagnosticada nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
A pessoa dislexica não possui comprometimento intelectual. Esse Transtorno afeta mais meninos que meninas e que, frequentemente têm histórico familiar. A Dislexia altera a capacidade de reconhecimento, interpretação de símbolos gráficos letras e números.
De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Infantil (National Institute of Child Health and Human Development) e com a Associação Internacional de Dislexia (2015, p. 1), esse Transtorno tem origem neurobiológica e é caracterizado pela" dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitiva".
Neurologicamente, na Dislexia é observada a "hipoativação ou baixa ativação metabólica da rede neural do hemisfério esquerdo [...] tem se observado hipoatividade no córtex parietal, temporal e frontal esquerdo" (Muszkat; Rizzuti, 2012, p. 47).
As principais dificuldades enfrentadas pelos disléxicos são (COELHO, 2011):
· Dificuldade em selecionar as palavras adequadas para a comunicação oral e escrita;· Soletração defeituosa;
· Pobreza de vocabulário;
· Elaboração de frases curtas e simples;
· Dificuldade na articulação de ideias;
· Confusão/inversão/substituição de letras, sílabas ou palavras;
· Problemas de orientação espacial e lateralidade.
·
Dislexia Disfonética ou Auditiva: quando observa-se problemas para o estabelecimento da relação do som com o grafema (letra) que
corresponde. A dificuldade de perceber os sons desencadeia a dificuldade em
escrever e ler;
· Dislexia Diseidética ou visual: quando a percebe-se dificuldade em reconhecer a palavra e, por conseguinte desenvolver a leitura, além da lateralidade (direito e esquerdo);
·
Dislexia Mista: quando são observadas dificuldades visuais, ortográficas e fonológicas.
O tratamento deste Transtorno deve apoiar-se na terapia multissensorial, com a execução de exercícios que combinam a visão, a audição e o tato. Eles auxiliarão a criança ler e soletrar corretamente as palavras. Além disso, recomenda-se o treino psicomotor (esquema corporal, lateralidade, orientação espácio-temporal), o treino perceptivo-motor (capacidades visomotoras e coordenação manual) e também o treino psicolinguístico (descodificação auditiva, visual, expressão verbal, entre outros) (COELHO, 2011).
Vale destacar que antes de diagnosticar uma criança é preciso ter cautela e observar situações que ocorrem para verificar se o Transtorno de Aprendizagem não é resultado de uma alfabetização precoce, ou seja, que ocorreu antes do tempo ideal, em decorrência da ansiedade dos próprios pais ou da escola. Além de problemas didáticos, emocionais ou de saúde.
Silvia Laura Abrahão
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