quinta-feira, 17 de agosto de 2023

A IMPORTÂNCIA DO DESENHO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

O desenho desde os primórdios da história da Humanidade esteve presente, como forma de comunicação. Neste sentido, Peixoto et al. (2018, p. 30) afirmam que o desenho  é a forma mais simples de expressão. Já, nos primeiros anos de vida a criança se mostra interessada no “desenho”, mais literalmente na possibilidade de imprimir a sua marca no papel branco, ou seja, o rabisco ou a garatucha.

Pereira (2020) defende que o desenho é uma forma de comunicação pela qual as crianças expressam seus sentimentos, bem como o que elas gostam ou já vivenciaram. Neste contexto, ele é usado para estimular a criatividade das crianças e para facilitar o processo de ensino e aprendizagem escolar.


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O desenho, de acordo com Bagarollo, Ribeiro e Panhoca (2012), configura-se como um recurso de linguagem ao mesmo tempo em que traz possibilidades simbólicas advindas da expressão subjetiva de quem desenha. Assim, ele é visto como uma linguagem entre a fala e a escrita.

Segundo Vygotsky (1995), o desenho infantil é um relato gráfico sobre alguma coisa, ele pode ser compreendido como a fase anterior à linguagem escrita, isto é, o desenho é uma linguagem escrita particular, é uma forma de expressão que surge da linguagem verbal. Logo, o desenho possibilita o desenvolvimento da função simbólica mais complexa. O autor, em sua Teoria da Aprendizagem, defende que o desenho é uma linguagem (um signo), que possibilita as interações sociais, isto é, ele é um mediador do comportamento e do desenvolvimento do ser humano Neste sentido, para Vygotsky (1995), o desenho pode contribuir para o funcionamento mental humano.

 Sob esta perspectiva, Peixoto et al. (2018, p. 30-31) explicam:

 

[...] é no momento que a criança percebe que aquilo que ela desenha é parecido com algo do mundo real que seu desenho ganha a função de signo. No momento que a criança reconhece no seu rabisco um desenho, ela então percebe o que este representa. Para a criança que está descobrindo a função simbólica, a boneca desenhada no papel não é uma representação e sim uma boneca igual à dela, a criança trata o desenho como se fosse algo real.

 Corroborando com esta visão, Andrade et al. (2007) acrescentam que os desenhos são frutos da representação de mundo que a criança tem. É a forma como ela percebe o mundo e as relações de afetividade.

Assim, para Bagarollo, Ribeiro e Panhoca (2012), a linguagem, enquanto signo, isto é, a fala, o desenho e a escrita são mediadores do comportamento e, por isso contribuem para o desenvolvimento mental do ser humano.  

deste modo, percebe-se que o desenho é formado por experiências sociais, considerando-se que ele é uma atividade tipicamente humana e que a sua forma vai evoluindo à medida que a criança vai amadurecendo, contudo ele continua sendo  a manifestação de uma linguagem não verbal.

Silvia Laura Abrahão

REFERÊNCIAS

ANDRADE, A. F.; ARSIE, K. C.; CIONEK, O. M.; RUTES, V. P. B. A Contribuição do desenho de observação no processo de ensino-aprendizagem. Curitiba: Graphica, 2007.

BAGAROLLO, M. F.; RIBEIRO, V. V.; PANHOCA, I. 
Características do desenho de um sujeito autista. Comunicações, Piracicaba, a. 19, n. 2, p. 7-22, jul/dez 2012. Disponível em: <file:///C:/Users/User/Downloads/1637-5944-3-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 6 ago. 2023.

PEIXOTO, B. N.; FONTOURA, D. S.; PASSERINO, L. M.; BEZ, M. R. A atividade de desenho mediada com comunicação alternativa como estratégia pedagógica para criança com autismo. Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 5, n. 2, p. 29-42, jul/dez 2018. Disponível em: <https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/dialogoseperspectivas/article/view/7977>. Acesso em: 6 ago. 2023.

PEREIRA, R. Z.  O desenho como forma de auxiliar no ensino de uma criança autista. Revista Esfera Acadêmica: Humanas, v. 5, n. 2, p. 36-46, 2020. Disponível em: <https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2021/05/revista-esfera-humanas-v05-n02-artigo03.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2023.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas: historia del desarrollo de lãs funciones psíquicas superiores. Madri: Visor, 1995.

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