De forma ampla a criança com deficiência intelectual (DI) é aquela que apresenta o raciocínio e a compreensão abaixo da média das crianças de sua idade, sendo que antigamente eram vistas como crianças com retardo mental.
Assim, a deficiência intelectual é caracterizada pela redução no desenvolvimento cognitivo, muitas vezes reconhecido como Quociente de Inteligência (QI). Este desenvolvimento frequentemente fica abaixo do esperado para a idade cronológica da criança, o que acaba comprometendo o seu desenvolvimento da fala e da psicomotricidade, entre outras habilidades. A deficiência intelectual atinge 1% da população jovem mundial.
A deficiência intelectual pode variar entre leve, moderada e grave, como pode ser observado na figura 1, que demonstra a deficiência intelectual (e suas variações) no gráfico de inteligência.
Figura 1 - Variação total da inteligência humana e as variações da deficiência intelectual
Fonte: Gundersen (2007, p. 32).
A variação de capacidades e necessidades dos indivíduos com deficiência
intelectual pode ser verificada em quatro áreas:
1. Área motora: crianças com deficiência intelectual
leve, embora não apresentem diferenças significativas quando comparadas às
crianças “normais”, apresentam alterações na motricidade fina[1].
Nos casos mais severos são observadas incapacidades motoras mais acentuadas,
como dificuldades de coordenação e manipulação. Ademais, frequentemente, as
crianças com deficiência intelectual começam a andar mais tarde;
2. Área cognitiva: dificuldade em focar a atenção,
dificuldade de aprender conceitos abstratos, bem como na memorização, resolução
de problemas e generalização. As crianças com deficiência intelectual podem
alcançar os mesmos objetivos escolares que os demais alunos, todavia num ritmo
mais lento;
3. Área da comunicação: a dificuldade de comunicação leva
ao comprometimento das interações sociais;
4. Área socioeducacional: embora haja a discrepância
entre a idade mental e a idade cronológica nas crianças com deficiência
intelectual, é fundamental “colocá-las” entre alunos da sua idade cronológica (para
participar das mesmas atividades), o que melhorará o desenvolvimento das
interações sociais do deficiente intelectual, já que ele aprenderá os
comportamentos, valores e atitudes apropriados da sua faixa etária.
· A deficiência
intelectual não é fixa, mas transformacional, uma vez que depende das limitações
funcionais da criança e do “suporte” recebido do ambiente;
· A deficiência
intelectual pode ser minimizada, quando há o provimento de intervenções,
serviços ou apoios que possibilitem a aquisição de habilidades adaptativas e o
estabelecimento de papéis socialmente valorizados para a criança.
[1] É a maneira como são
usados braços, mãos e dedos. Refere-se às competências necessárias para
manipular um objeto, ou seja, como usar a mão e os dedos de forma precisa, de
acordo com a exigência da atividade (SERRANO; LUQUE, 2016).
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