O
relatório do Center of Diseases Control
and Prevention (CDC), ou Centro de Controle de Doenças e Prevenção,
publicou em dezembro de 2021, que uma em cada 44 crianças de oito anos, nos
Estados Unidos, possui Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo Collyer
(2021), estes dados demonstram o aumento de 22%, comparados aos resultados
obtidos em 2018, quando foi constatado que uma em cada 54 crianças tinha TEA.
No
Brasil, embora o tema venha sendo bastante discutido nos últimos anos, não há
estudos científicos significativos que informem sobre a prevalência de TEA
entre as crianças brasileiras, considerando-se que as escassas pesquisas
limitam-se a alguns Estados da Federação (PAIVA JR, 2021).
O termo, autismo, passou por diversas alterações no decorrer dos anos, sendo hoje chamado de Transtorno do Espectro Autista pela American Psychiatric Association (APA, 2014). De acordo com Onzi e Gomes (2015), as principais características do TEA são atrasos persistentes na comunicação e na interação social, também são observados prejuízos em comportamentos que envolvem os interesses e os padrões de atividades. Os autores destacam que os sintomas do TEA estão presentes desde a infância do indivíduo, o que acaba limitando o seu desenvolvimento.
Contudo, Matos et al. (2020) advertem que grande parte das crianças não são diagnosticadas antes dos cinco anos, ou ainda somente quando passam a frequentar a escola, o que pode comprometer o seu desenvolvimento.
Buscando
facilitar o diagnóstico, a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da International Statistical Classification of Diseases and Related
Health Problems, ou Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID-11 - documento da OMS que
se dispõe a compartilhar informações sobre Saúde entre todos os países do mundo
- ano início de 2022, reuniu todos os transtornos que estavam dentro do
TEA num só diagnóstico (PAIVA JR., 2021).
Segundo Paiva
Jr. (2021), a versão anterior - CID-10 - trazia vários diagnósticos dentro dos
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), dentre eles: Autismo Infantil,
Autismo Atípico, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno
com Hipercinesia associado ao Retardo Mental e a Movimentos Estereotipados, Síndrome
de Asperger outros TGDs sem especificação. Já, a CID-11 reúne todos esses
diagnósticos no Transtorno do
Espectro do Autismo, considerando-se que as subdivisões passaram a
ser relacionadas aos prejuízos na
linguagem funcional e à deficiência intelectual. Vale salientar que a Síndrome
de Rett foi retirada do diagnóstico do TEA e, por isso assumiu um código
separado, a saber: LD90.4.
Cabral e Marin (2017) afirmam que as manifestações do TEA podem variar dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do seu portador, todavia a identificação do Transtorno ocorre quando é observado prejuízo/comprometimento em pelo menos uma das seguintes áreas: interação social, linguagem comunicativa, jogos simbólicos ou imaginários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APA. American Psychological Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
COLLIER, R. Aumento da prevalência de autismo: 1 a cada 44 crianças. Observatório do Autista, dez 2021. Disponível em:<https://observatoriodoautista.com.br/2021/12/08/aumento-de-prevalencia-de-autismo-1-a-cada-44-criancas/>. Acesso em: 15 ago 2022.
MATOS, A. S.; SILVA, A. R.; MORORO, C. L. S.; DIAS, L. R. L.; MACHADO, N. Q. O.; REIS, M. M. Diagnóstico precoce de autismo: características típicas presentes em crianças com transtorno do espectro autista. Revista Master: ensino, pesquisa e extensão, v. 5, n. 9, p. 22-27, 2020. Disponível em: <Users/User/Downloads/132-Manuscrito%20(artigo%20original,%20artigo%20de%20revisão,%20relato%20de%20experiência%20etc.)-347-400-10-20200727.pdf>. Acesso em: 15 jul 2022.
ONZI, F. Z.; GOMES, R. F. Transtorno do espectro autista: a importância do diagnóstico e reabilitação. Caderno Pedagógico, Lajeado, v. 12, n. 3, p. 188-199, 2015. Disponível em: <http://www.univates.br/revistas/index.php/cadped/article/viewFile/979/967>. Acesso em: 15 ago 2022.
Silvia Laura Abrahão
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