segunda-feira, 24 de outubro de 2022

AS NEUROSES

 


Dunker (2014) explica que a Histeria, a Neurose Obsessiva e a Fobia são três classes diagnósticas que pertencem à ordem das neuroses de defesa, uma vez que tem em comum o recalcamento, como operação formadora de sintomas. Todavia, elas se distinguem pelos diferentes destinos para o afeto separado da representação, ou seja, na Neurose Obsessiva o destino é a ideia; na fobia, o objeto fóbico; e na histeria, o corpo. Destaca-se que estas três modalidades de neuroses são consideradas neuroses de repetição, isto é, a compulsão pela repetição (caráter quantitativo), vinculada à pulsão de morte, onde o paciente é impulsionado (contra a sua vontade) a reeditar o fato traumático (BARBOSA NETO, 2010).


A Neurose Histérica, a Neurose Obsessiva e a Neurose Fóbica também são compreendidas como neuroses de estrutura, considerando-se que esta estrutura não é percebida por meio de sintomas, mas como “a personalidade entendida como organização permanente e profunda do indivíduo. Os sintomas são perturbações desta forma estável da personalidade, não uma derivação necessária de sua própria estrutura” (DUNKER, 2014, p. 83). Assim, quando a estrutura se descompensa há o processo patológico mórbido, sendo o sintoma a expressão deste desequilíbrio. Entretanto, o autor adverte que é possível conceber passagens de um tipo de neurose a outro: “uma histeria pode formar sintomas obsessivos, uma obsessão pode formar sintomas fóbicos”.


Conforme Terciotti, Festugato e Oliveira (2013, p. 118), na Neurose Histérica, na Neurose Obsessiva e na Neurose Fóbica o indivíduo busca se defender da angústia de castração, utilizando o recalque como mecanismo. Para os autores, “o obsessivo sofre conscientemente no pensamento; o histérico sofre conscientemente no corpo; o fóbico projeta a angústia para o mundo exterior, transformando-a em um objeto ameaçador ao qual deve temer”. Neste sentido, estas três modalidades de neuroses são reconhecidas como neuroses de Defesa.


Dunker (2014) afirma que o sintoma mais significativo da Neurose Obsessiva é a obsessão. A Neurose Obsessiva, segundo Mondrzak (2021, p. 1), foi um dos primeiros quadros clínicos a serem reconhecidos por Freud. A autora explica que esta Neurose é definida pela presença de alguns sintomas ligados aos distúrbios do pensamento, à ideias obsessivas (desejos e sentimentos inconscientes) repetitivas, sentidas como corpos estranhos que provocam sofrimento e atos compulsivos involuntários que buscam combatê-las. “Estes sintomas são resultados de determinados mecanismos de defesa que o ego do indivíduo utiliza para fazer frente às ansiedades despertadas pelo conflito entre os desejos e o que a realidade impõe de restrições a sua satisfação”.


A Neurose Fóbica resulta da angústia que surge não em decorrência de uma lembrança, “mas enquanto dura, transforma o afeto em medo e termina quando se revela a castração, a qual pode desencadear uma forma de defesa por meio do deslocamento da angústia para um objeto fóbico que, ao mesmo tempo, vela a falta e a revela” (LAURINDO; FARINHA, 2011, p. 79).


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