segunda-feira, 19 de setembro de 2022

O QUE É E COMO IDENTIFICAR/TRATAR DISLEXIA

Segundo o National Institute of Child Health and Human Development  (NICHD, 2015), a Dislexia é:

 

[...] um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.

 


Muszkat e Rizzuti (2012) explicam que as crianças com Dislexia apresentam hipoativação ou baixa ativação metabólica da rede neural do hemisfério esquerdo, mais precisamente no córtex parietal, temporal e frontal esquerdo.

Para Muszkat e Rizzuti (2012), a Dislexia pode ser :

·         Disfonética ou auditiva: quando há dificuldade para estabelecer a relação entre o som (fonética) e o grafema (letra), fato que leva a dificuldades para escrever e ler;

·         Diseidética ou visual: é a ausência da percepção da lateralidade (direita, esquerda) e a dificuldade para reconhecer a palavra, desencadeando o erro ortográfico;

·         Mista: é o conjunto das Dislexias auditiva e visual.

 SINTOMAS

 De acordo com Coelho (2011) são sintomas da Dislexia:

·         Dificuldade em selecionar as palavras adequadas para a comunicação oral e escrita;

·         Soletração defeituosa;

·         Pobreza de vocabulário;

·         Elaboração de frases curtas e simples;

·         Dificuldade na articulação de ideias;

·         Confundem/invertem/substituem letras, sílabas ou palavras;

·         Problemas de orientação espacial e lateralidade.

 A criança com Dislexia tem histórico escolar difícil, o que gera frustrações, insegurança e baixa autoestima.

 FORMAS DE TRATAMENTO

 Coelho (2011) acredita que o tratamento dos portadores de Dislexia deve apoiar-se na terapia multissensorial, onde  são trabalhados exercícios que combinam a visão, a audição e o tato. Eles auxiliarão a criança  ler e soletrar corretamente as palavras.

A autora ainda recomenda o treino psicomotor (esquema corporal, lateralidade, orientação espácio-temporal), percetivo-motor (capacidades visomotoras e coordenação manual) e também psicolinguístico (descodificação auditiva, visual, expressão verbal, entre outros) (COELHO, 2011).

 COMO TRABALHAR A CRIANÇA NA ESCOLA/PROFESSOR

 Muszkat e Rizzuti (2012) esclarecem que as abordagens multissensorial e o método fônico ou fonético são os mais adequados para atender as crianças portadoras de Dislexia. Os autores explicam que o método fônico auxilia a criança a compreender a relação entre  o grafema e o fonema, já que uni o som e a escrita.

Coelho (2011, p. 6)  afirma que:

 

Na sala de aula, deve estar sentada numa mesa/secretária próxima do professor (e não no fundo da sala), para que este possa auxiliá-la sempre que haja necessidade e para que ela se sinta mais confortável quando pretende esclarecer alguma dúvida. Devem, ainda, reduzir-se possíveis focos de distração, como algum colega mais conversador ou algum outro barulho que a possa distrair; estas crianças já estão pouco motivadas para se concentrar, se puderem evitar-se distrações ambientais tanto melhor, para ela e também para o professor.

 

Ademais, Muszkat e Rizzuti (2012) apontam alguns itens que podem ajudar os  professores a trabalharem com os disléxicos:

·         Valorizar a autoconfiança do aluno;

·         Dar comandos fracionados para não confundir a criança;

·         Respeitar o ritmo do aluno;

·         Valorizar os pequenos progressos do aluno;

·         Disponibilizarr livros, jornais e revistas em sala;

·         Dialogar com os pais, procurando orientá-los como agir em casa e  para que entrem em contato com mais profissionais;

·         Tornar a aprendizagem lúdica;

·         Estar ciente se o aluno compreendeu o que foi lido ou pedido;

·         Identificar o meio pelo qual o aluno tem mais facilidade para fixar o conteúdo (visual ou auditivo);

·         Aplicar exercícios de escrita na caixa de areia e no ar;

·         Treinar a memória e soletração;

·         Promover exercícios de coordenação motora fina e de sequenciação de informações;

·         Priorizar a avaliação oral.

 PROFISSIONAIS

 De uma maneira geral, os profissionais de Psicologia, Fonoaudiologia e Psicopedagogia devem acompanhar o portador de Dislexia, inclusive no tocante a orientação dos pais e dos professores.

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