Barkley (2008) explica que o Déficit de Atenção é um transtorno neuropsiquiátrico, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e registrado oficialmente pela Associação Americana de Psiquiatria, no manual chamado de Diagnostic and Statistic Manual (DSM).
De acordo
com o DSM, o Déficit de Atenção
caracteriza-se pela combinação: desatenção; hiperatividade e impulsividade (Barkley, 2008).
Segundo
Pinheiro (2010, p. 28), as pessoas
portadoras de Déficit de Atenção:
[...] por terem deficiência de atenção e
dos processos cognitivos responsáveis por receberem e processarem as
informações das mais diferentes fontes, não compreendem de forma correta os
sinais para o bom desenvolvimento das interações sociais e o conhecimento das
normas que regulam essas informações. Além disso, apresentam dificuldade de
controlar seus impulsos e seguir as normas, têm dificuldades para resolver
problemas, podem ser bruscos ou lentos,
movem-se em excesso, dão respostas inadequadas, não conseguem controlar
suas emoções e tem dificuldade de relacionamento com os outros.
Esta
síndrome inclui dificuldades crônicas nas múltiplas funções cognitivas, dentre
elas aquelas ligadas a aprendizagem, a regulação emocional, ao funcionamento
social ou comportamento.
Para Sampaio (2011), o Déficit de Atenção é difícil de ser identificado, uma vez que, muitas vezes, seus portadores são confundidos com crianças sem limites, superprotegidas ou filhas de pais autoritários. O autor aponta como sintomas deste transtorno
·
Dificuldade em realizar
planejamento;
·
Demora no desenvolvimento
da fala (4 a 5 anos) e quando ocorre é pobre e autodepreciativa;
·
Movimentos
descoordenados, que caracterizam atraso na coordenação motora;
·
Pouca noção do que é
perigoso;
·
Dificuldade em terminar
o que começou;
·
Dificuldade em ficar
sem se mexer.
Pinheiro
(2010) acrescenta que, na escola, as crianças portadoras do Déficit de Atenção
são muito ativas e inquietas, têm
dificuldades na aquisição de hábitos, são desobedientes, acidentam-se com
facilidade, não respeitam regras nas brincadeiras e jogos, não cooperam em
atividades em grupo e não prestam atenção nas explicações. Consequentemente,
estas crianças apresentam baixo rendimento escolar, dificuldade para aprender com a própria experiência, uma vez que não conseguem avaliar as consequências de suas ações. Além
disso, mostram baixa autoestima e integração social pobre e agressiva.
A medicação frequentemente prescrita é a
ritalina, que age normalizando os neurotransmissores, no entanto esta
intervenção, nos últimos anos vem sendo bastante criticada.
O tratamento com fonoaudiólogo é
indicado em casos específicos, isto é, quando os portadores do Déficit de
Atenção apresentarem distúrbios da linguagem ou de leitura.
Este autor ainda acrescenta que cabe à
escola (equipe técnica), sobretudo aos professores detectar os sintomas do Déficit
de Atenção e encaminhar a criança para uma avaliação médica (MATTOS, 2007). Para tanto, é necessário que estes profissionais
tenham informações claras e objetivas sobre o transtorno, todavia Pinheiro
(2010, p. 49) adverte que “ainda,
poucas publicações destinadas aos professores e educadores que trabalham
cotidianamente com a criança portadora de Déficit de Atenção em sala de aula,
e, ao mesmo tempo, com o restante da classe”.
Sampaio (2011) esclarece que este
transtorno demanda uma maior atenção pedagógica da escola e do professor. O
autor recomenda a redução do número de alunos por sala de aula e que se fale
com a criança de maneira firme, mas demonstrando sempre afeto e carinho.
Silvia Laura Abrahão
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