quarta-feira, 15 de junho de 2022

O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO - HIPERATIVIDADE (TDAH)

Barkley (2008) explica que o Déficit de Atenção é um transtorno neuropsiquiátrico, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e registrado oficialmente pela Associação Americana de Psiquiatria, no manual chamado de Diagnostic and Statistic Manual (DSM).



De acordo com o DSM,  o Déficit de Atenção caracteriza-se pela combinação: desatenção; hiperatividade e impulsividade (Barkley, 2008).

Segundo Pinheiro (2010, p. 28),  as pessoas portadoras de Déficit de Atenção:

 

[...] por terem deficiência de atenção e dos processos cognitivos responsáveis por receberem e processarem as informações das mais diferentes fontes, não compreendem de forma correta os sinais para o bom desenvolvimento das interações sociais e o conhecimento das normas que regulam essas informações. Além disso, apresentam dificuldade de controlar seus impulsos e seguir as normas, têm dificuldades para resolver problemas, podem ser bruscos ou lentos,  movem-se em excesso, dão respostas inadequadas, não conseguem controlar suas emoções e tem dificuldade de relacionamento com os outros.

 

Esta síndrome inclui dificuldades crônicas nas múltiplas funções cognitivas, dentre elas aquelas ligadas a aprendizagem, a regulação emocional, ao funcionamento social ou comportamento.

 SINTOMAS

Para Sampaio (2011), o Déficit de Atenção é difícil de ser identificado, uma vez que, muitas vezes, seus portadores são confundidos com crianças sem limites, superprotegidas ou filhas de pais autoritários.  O autor aponta como sintomas deste transtorno

·         Dificuldade em realizar planejamento;

·         Demora no desenvolvimento da fala (4 a 5 anos) e quando ocorre é pobre e autodepreciativa;

·         Movimentos descoordenados, que caracterizam atraso na coordenação motora;

·         Pouca noção do que é perigoso;

·         Dificuldade em terminar o que começou;

·         Dificuldade em ficar sem se mexer.

Pinheiro (2010) acrescenta que, na escola, as crianças portadoras do Déficit de Atenção são  muito ativas e inquietas, têm dificuldades na aquisição de hábitos, são desobedientes, acidentam-se com facilidade, não respeitam regras nas brincadeiras e jogos, não cooperam em atividades em grupo e não prestam atenção nas explicações. Consequentemente, estas crianças apresentam baixo rendimento escolar, dificuldade  para aprender com a própria experiência,  uma vez que não conseguem  avaliar as consequências de suas ações. Além disso, mostram baixa autoestima e integração social pobre e agressiva.

 FORMAS DE TRATAMENTO

 De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (2010), o tratamento do transtorno deve ser multimodal, combinando medicamento, orientação a pais e professores e psicoterapia (comportamental cognitiva).

A medicação frequentemente prescrita é a ritalina, que age normalizando os neurotransmissores, no entanto esta intervenção, nos últimos anos vem sendo bastante criticada.

O tratamento com fonoaudiólogo é indicado em casos específicos, isto é, quando os portadores do Déficit de Atenção apresentarem distúrbios da linguagem ou de leitura.

 COMO TRABALHAR A CRIANÇA NA ESCOLA/PROFESSOR

 Segundo Mattos (2007), a intervenção escolar é muito importante, sobretudo no que tange a facilitação do convívio das crianças com Déficit de Atenção com colegas e professores, abrandando a evasão desses alunos que, frequentemente, se desinteressam pelo colégio.

Este autor ainda acrescenta que cabe à escola (equipe técnica), sobretudo aos professores detectar os sintomas do Déficit de Atenção e encaminhar a criança para uma avaliação médica (MATTOS, 2007).  Para tanto, é necessário que estes profissionais tenham informações claras e objetivas sobre o transtorno, todavia Pinheiro (2010, p. 49) adverte que “ainda, poucas publicações destinadas aos professores e educadores que trabalham cotidianamente com a criança portadora de Déficit de Atenção em sala de aula, e, ao mesmo tempo, com o restante da classe”.

Sampaio (2011) esclarece que este transtorno demanda uma maior atenção pedagógica da escola e do professor. O autor recomenda a redução do número de alunos por sala de aula e que se fale com a criança de maneira firme, mas demonstrando sempre afeto e carinho.

 PROFISSIONAIS

 Os profissionais que devem atender os portadores do Déficit de Atenção são o psiquiatra e o psicólogo, sendo, eventualmente, necessária a intervenção do fonoaudiólogo.

Silvia Laura Abrahão

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