domingo, 16 de maio de 2021

PRODUTO TEM RÓTULO, CRIANÇA NÃO

 Várias vezes fui procurada por mães super-preocupadas que já traziam um "diagnóstico" sobre transtorno mental/emocional do seu filho. No entanto, nos últimos tempos esta situação tem aumentado e se agravado muito.



Hoje, enfermeiras, sobretudo técnicas de Enfermagem das Unidades Básicas de Saúde (os postinho de saúde do bairro) parecem que se tornaram ESPECIALISTAS em diagnosticar crianças com problemas de comportamento, com autismo e até com "retardo mental" (odeio esta OBSOLETA expressão), O interessante é que elas constatam isso apenas por meio da pessagem da criança, sobretudo, se esta criança faz algum tipo de birra neste momento, ou resiste a se afastar da mãe, ou mesmo fica "quietinha demais".

Estou realmente preocupada com esta situação, se em outros tempos "alguns professores" disganosticavam Hiperatividade, ou TDAH nas crianças indisciplinadas em sala de aula, nestes dias, com a proleferação de informações (que frequentemente não são filtradas sobre sua veracidade e atualidade) os PSEUDODIAGNÓSTICOS foram amplificados, acabando com a tranquilidade das famílias. O pior ainda é que uma "consulta" com um especialista demora meses nos serviços públicos de saúde, sendo que durante esta espera tem o grupo de WhatsApp da família, tem a vizinha, tem os "blogs da moda", oferecendo mil alternativas para resolver o problema da criança, o que só faz aumentar a preocupação da família.

Tenho o maior respeito a TODOS os profissionais da Saúde e da Educação, acredito que vocês tenham a melhor das intenções ao formular o PSEUDODIAGNÓSTICO, mas este não é o trabalho de vocês. Se existe a dúvida, peça um encaminhamento ao profissional competente, certamente você estará ajudando, mais do que "diagnosticar" a criança e APAVORAR a família.

 Neste sentido, o que posso recomendar a papais, mamães, vovós, tias é: PROCUREM UM PROFISSIONAL que estudou no mínimo cinco anos, leu (e continua lendo) milhares de textos para diagnosticar o seu filho. Só uma avaliação, que não se limita á aplicação do teste da árvore e da família, podem diagnosticar um transtorno comportamental, emocional ou mesmo a doença mental (que inclusive precisa de exames de imagem) numa criança.

Lembrem-se crianças fazem birra, crianças são tímidas, crianças têm preguiça (principalmente quando não são motivadas), crianças têm ritmo próprio para se desenvolver em qualquer área, portanto não se aflijam!!! SE EXISTR, algo para ser realmente diagnosticado quem deve fazer isso é um psicólogo ou um psiquiatra, que também poderá ajudar a efetivamente tratar qualquer que seja o problema. Frequentemente, o PSEUDODIAGNÓSTICO está errado e ainda atrapalha um eventual problema que possa realmente estar interferindo na saúde da criança. Por exemplo, às vezes a criança não ouve direito, logo não está desenvolvendo a fala, isso não significa que ela tem "retardo no desenvolvimento intelectual/cognitivo".

Portanto, mamãe, papai fiquem atentos, mas não desesperados. Procure ajuda, mas de um profissional preparado para ajudá-lo.

Saúde mental e emocional para todos!!!!!



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