sexta-feira, 28 de maio de 2021

O PODER DO BRINCAR

 A brincadeira está presente na vida das crianças, desde muito cedo, sendo ela parte do processo evolutivo saudável desses indivíduos. Por meio da brincadeira a criança demonstra a sua percepção do mundo real, ao mesmo tempo em que demonstra a incorporação de elementos do seu contexto cultural.



Brougére (1998, p. 3) define a brincadeira como “um meio de comunicação, de prazer e de recreação, uma possibilidade de ação que a criança desenvolve ao mergulhar na ação lúdica, onde ela domina ou, pelo menos, exerce esse domínio em função de sua própria iniciativa”.

Neste contexto, o brinquedo oferece o suporte para a brincadeira, uma vez que estimula a representação, permitindo que a criança reproduza (através da manipulação) o que existe ao seu redor, levando-a a agir, imaginar e imitar: aspectos fundamentais para o seu desenvolvimento.

Através da brincadeira a criança aprende a expressar sua realidade, bem como a imaginar (e reproduzir) a realidade que gostaria de viver. Durante a brincadeira a criança não se preocupa com os resultados, sendo que o prazer e a motivação a impulsionam para a ação e para exploração livre. Além disso, é por meio da brincadeira que a criança experimenta comportamentos sem o medo da punição, descobre estratégias de como enfrentar desafios, ou seja, vai aprendendo a viver.

Segundo Vieira e Altmann (2016, p. 147), “a brincadeira como uma produção cultural que se estabelece como uma ação social, é um espaço de compartilhamento no qual a socialização permite uma mediação de conhecimentos que proporciona apropriações”.

A brincadeira requer a interação verbal e/ou não verbal, isto é, a linguagem, a negociação e a afirmação de acordos, a resolução de problemas e conflitos, a (re)definição dos papéis e a criação de regras, aspectos que potencializam (e facilitam) o processo de aprendizagem. 

Observou-se que a brincadeira permite que as crianças explorem o mundo a sua volta, vivenciam novas experiências e interajam entre si. Esses comportamentos motivam o desejo de descobrir, de aprender, de adquirir conhecimentos e de construir a própria identidade.

Neste sentido, a brincadeira vai além das interações sociais, uma vez que possibilita à criança desenvolver (e motivar) o aprender por meio das suas vivências, bem como da resignificação dos conteúdos observados e imitados por ela.  

Silvia Laura Abrahão

Nenhum comentário:

Postar um comentário